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segunda-feira, 15 de outubro de 2012

Predador exposto previamente a odor de presa tende a ignorá-la, diz estudo

Cientistas monitoraram ratos pré-expostos ao odor de ninhos de aves.
Com cheiro prévio, ovos de aves tiveram 62% mais chances de sobreviver.

Um estudo feito em conjunto pela Universidade de Sydney e pela Universidade New South Wales, na Austrália, sugere que predadores expostos previamente ao cheiro de suas presas tendem a ignorá-las mais vezes e, com isso, pode haver aumento na chance de sobrevivência destes animais.

A pesquisa, publicada nesta segunda-feira (15) pelo periódico "PNAS", usou ovos de aves e populações de ratos (Rattus rattus) criados de forma selvagem. Os ratos foram expostos previamente ao odor do ninho das aves, para medir se haveria ou não mudança no comportamento de predação.

Rato da mesma espécie utilizada no estudo pelas universidades australianas
(Foto: Divulgação/Universidade de Califórnia, Irvine)

Após uma semana de monitoramento, os ratos pré-expostos ao cheiro dos ninhos passaram a ignorá-los mais vezes e comer menos os ovos, segundo o estudo. Os ovos introduzidos no ambiente algum tempo após o odor tiveram 62% mais chance de não serem devorados. Para os cientistas, os predadores podem ter aprendido a ignorar uma pista falsa, que não daria a eles nenhuma comida, e associado o odor a uma falsa recompensa.

No caso de ovos que eram introduzidos no ambiente ao mesmo tempo que os ratos e o odor dos ninhos, não houve modificações no comportamento de predação.

O estudo sugere que a pré-exposição ao cheiro pode levar, no futuro, à criação de métodos para proteger espécies ameaçadas de extinção que não envolvam a morte dos predadores. "Técnicas baseadas na pré-exposição olfativa podem dar a uma presa maiores chances de sobrevivência em períodos de vulnerabilidade, como por exemplo logo após a reintrodução em um ambiente", dizem os pesquisadores.

Fonte: G1

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