Cerca de três mil aves são encontradas nos barreiros do Rio Madeira.
Aves podem desaparecer, se não houver controle de água do reservatório.
Espécies de aves se alimentam de barro em barrancos do Rio Madeira
(Foto: Energia Sustentável do Brasil/Divulgação)
Catorze espécies de aves que se alimentam de argila em barrancos do Rio Madeira podem ficar sem o banquete de barro. Os barreiros, frequentados pelos psitacídeos - nome científico de araras e papagaios - ficam na área do reservatório da Usina Hidrelétrica Jirau, a 140 quilômetros de Porto Velho. Se alagada, as aves podem ficar sem o alimento, que contém sal.
“Elas [aves] buscam argila por duas razões, a primeira é porque ela é concentrada em sal que é raro aqui no oeste da Amazônia e, também, para neutralizar as toxinas da dieta destas aves”, explica o biólogo e ornitólogo Patrick Pina.
Segundo Patrick, há o risco de as aves ficarem sem a argila para se alimentar. “Se durante o represamento eles [Usina de Jirau] mantiverem o nível da água alto, mesmo na época de seca do rio, as aves não terão este recurso alimentício e nós não sabemos o que acontecerá com esta população”, alerta Patrick.
Argila tem substância que ajuda na dieta das aves (Foto: Energia Sustentável do Brasil/Divulgação)
Na região dos barreiros, há pelo menos, três mil aves no período de seca do Rio Madeira. Entre elas, a curica da bochecha laranja, o menor dos periquitos. As aves, que são da mesma família das araras, papagaios e periquitos aproveitam a estiagem do rio para poder se alimentar e também se reproduzir.
Segundo a coordenadora do Subprograma de Monitoramento da Avifauna, Érica Haller, as aves não se alimentam exclusivamente de barro, elas comem também frutos e sementes como todas as outras espécies. “É que em um determinado momento do ano, elas comem também camadas específicas de barro, como se quisessem repor algo que está faltando ou complementar a alimentação”, explica Érica.
De acordo com a Energia Sustentável do Brasil, concessionária da Usina Jirau, os barreiros do Rio Madeira ficarão com algumas partes submersas por apenas um período do ano, o que não irá alterar a dieta de argila das aves.
“Esses barreiros não vão deixar de existir, inclusive estes não são os únicos utilizado pelas aves e elas vão continuar se alimentando por outros que existem na região”, afirma diretor de Meio Ambiente e Sustentabilidade da concessionária, Antônio Luiz Fonseca Abreu Jorge.
Catorze espécies de aves são encontradas nos barreiros (Foto: Energia Sustentável do Brasil/Divulgação)
Fonte: G1
Nenhum comentário:
Postar um comentário