Neste ano, hospital teve 293 atendimentos até o mês de setembro.
Veterinário conta que traumas estão entre os casos mais registrados.
Lobo guará sendo atendido no Hospital Veterinário de Uberaba (Foto: Cláudio Yudi)
O número de animais atendidos no Hospital Veterinário de Uberaba, no Triângulo Mineiro, aumentou. De acordo com o veterinário Cláudio Yudi, o total de atendimentos, entre consultas particulares e animais entregues pela Polícia Ambiental, somaram 327 em 2011, uma média de 27 por mês. Já em 2012, foram 293 atendimentos até setembro, o que representa uma média de 32 casos por mês. E entre as causas que mais levam os animais para o hospital estão os traumas provocados por acidentes nas estradas.
"Com o aumento do tráfego de veículos nas estradas, a abertura de estradas em reservas ambientais e o avanço na agropecuária aumentam o número de casos de animais machucados. Ninguém está preservando o meio ambiente e os animais ficam mais acuados, acabam indo para a cidade. É preocupante e um alerta", destacou Yudi.
O veterinário ressaltou ainda que é preciso de placas de alerta nas rodovias avisando que existem animais silvestres na região, além de um centro de triagem para onde os animais acidentados possam ser levados e de uma área de reabilitação. "Não existe nenhuma área adequada para os animais silvestres. Não foi feito nenhum investimento na parte ambiental. Falta infraestrutura na nossa região inteira", disse Cláudio.
Casos de filhotes abandonados também são registrados no hospital (Foto: Cláudio Yudi)
O Hospital Veterinário de Uberaba é conhecido pelos tratamentos com implantes em animais. O veterinário contou que entre as causas mais comuns de atendimentos estão os traumas, responsáveis por 80% dos casos; erro de manejo dos animais, ocupando 15% dos atendimentos; já os casos de filhotes abandonados e outros atendimentos tomam os 5% restantes.
"Quando há um trauma é geralmente por fratura, ataque de outros animais, choque elétrico ou acidente automobilístico. Erro de manejo corresponde à alimentação inadequada ou recinto inadequado. E os outros casos mais comuns são presença de corpos estranhos no estômago e intestino, corte de asa inadequado e parasitas como carrapato e sarna", completou.
Cláudio contou que como as maiorias dos casos de trauma são por atropelamento é importante seguir algumas dicas para evitar acidentes:
- Assim que ver o animal na pista diminuir a velocidade
- Andar com luz baixa, tendo animal ou não, porque a luz funciona como um alerta para ele
- Caso tenha um acidente, sempre informar a Polícia Rodoviária e a Polícia Ambiental
- O ideal é evitar buzinas porque assusta os animais ainda mais
Yudi comentou ainda que em cada dez animais silvestres atendidos no hospital, sete são aves, dois são mamíferos e um é réptil. As aves mais atendidas são papagaio, periquito maracanã, periquito rei, calopsita (exótica), coruja suindara, coruja buraqueira, gavião carcará, urubu, seriema e tucanos. "Há muitos casos de seriemas atropeladas e apenas 5% delas sobrevivem", destacou.
Já os mamíferos mais atendidos estão: mico, macaco bugio, tamanduá-mirim, tamanduá-bandeira, gambá, cachorro do mato, raposa do campo, veado e lobo guará. E entre os répteis estão tartaruga terrestre (jabuti) e tartaruga de água doce (tigre d’água).
ANIMAIS DOMÉSTICOS
Cláudio Yudi disse também que muitos animais domésticos como cães e gatos são atendidos. "A grande maioria são de atendimentos particulares e a demanda de cães é maior do que a de gatos. Hoje, em Uberaba, existem cerca de 60 mil cães e cinco mil gatos. Nós atendemos mais cães porque existem muito mais, mas a tendência é aumentar cada vez mais o número de gatos porque é um animal fácil de cuidar", disse.
Entre os casos mais comuns estão fraturas, doenças infecciosas, traumas, problemas em partos e doenças oncológicas. "Existem muitos casos de cadelas que não conseguem parir e vão para a emergência fazer cesariana. Os cães estão vivendo mais tempo, por causa da melhor alimentação e dos cuidados veterinários, com isso eles começam a ter doença como as pessoas e aumentam os casos de câncer", finalizou Cláudio.