Sempre que a designer gráfica Renata Senna, 31, precisa viajar, seu cão Calvin, 3, fica excitadíssimo. Não é que ele goste de ficar sozinho. Ele curte mesmo é passar uns dias no hotel para pets Diversão do Cão, na Vila Zelina, região leste. "Sempre que ele percebe que irá para lá, fica muito animado e corre para o veículo que vem buscá-lo com toda a empolgação do mundo."
Não é à toa. Para agradar a hóspedes como o golden retriever Calvin, os serviços de "pet care" oferecem cada vez mais opções de diversão --e ainda mais facilidades para os donos que precisam se ausentar por alguns dias.
Normalmente, quem precisa de tais serviços está em busca de uma viagem mais despreocupada. "Moro sozinho e viajo bastante. Às vezes preciso estender fins de semana fora de São Paulo. Nesses dias, a Cheid sempre fica no hotel", diz o empresário Fábio Tadeu Frigi, 30, dono da vira-lata de um ano e oito meses.
Casos como esses, muitos comuns, estão impulsionando o segmento de serviços do mercado pet, que deve encerrar 2012 com um crescimento superior a 11%. Segundo as projeções da Abinpet (Associação Brasileira das Indústrias Pet), até dezembro o setor movimentará R$ 13,6 bilhões.
De olho em sua parcela dentro desse mercado, aqueles que querem se diferenciar no universo de mais de 25 mil pet shops em todo o país oferecem serviços que vão além de um quintal fechado onde os animais são vigiados. Muitos têm transporte, atividades recreativas, alimentação balanceada e atenção necessária para evitar a carência.
"Logo cedo e no final da tarde, há brincadeiras. Nos dias mais quentes, armamos pequenas piscinas", explica a empresária Tatiana Tieme, proprietária do hotel Espaço pra Cachorro, em Osasco, que, apesar do nome, também promove recreação para gatos e tem diárias de, em média, R$ 60.
Gustavo de Oliveira costuma levar a golden retriever Pagu nas viagens
Renata Senna que deixa seu cão Calvin em hotéis para pets durante suas viagens
Claudia Rosini (de vermelho) com seu gatos e sua cat sister Roseane Maria Mozena
Gustavo de Oliveira e Renata Senna com seus pets
Os donos mais preocupados podem relaxar acompanhando as atividades de seus bichos em tempo real por meio de câmeras que podem ser acessadas via internet, uma das opções de serviço do My Pets Nanny, na Aclimação, região sul.
VIAJANTES
Alguns donos preferem ter a opção de levar o cão junto quando viajam. Para isso, basta encontrar hotéis que aceitem a estadia de animais. "Fui para um hotel em Queluz [244 km da capital], que aceita cães", conta o cineasta Gustavo Oliveira, 32, dono da golden retriever Pagu, 2.
O hotel cobra diárias de R$ 10 por cão e se encarrega de explicar aos demais hóspedes que o local aceita animais e que, portanto, não há razão para reclamações. Por outro lado, estabelece a regra de que cada proprietário deve se responsabilizar por sua mascote.
No entanto, não são todos os bichinhos que aguentam o tranco de uma viagem e muitos deles também ficam incomodados quando saem de casa. De olho nesse público, algumas empresas oferecem um serviço de "pet sitter" residencial.
"Já que alguns bichinhos se sentem melhor dentro de casa, levamos o serviço até lá", diz a veterinária Andressa Gontijo, 31, do My Pets Nanny.
O serviço é muito similar ao de uma babá para crianças. O cuidador vai até a casa do cliente e dá comida, troca a água, verifica as condições de higiene, leva o pet para passear e até brinca.
Esse tipo de assistência foi a salvação da gerente de compras Claudia Resini, 36, dona de dois gatos, Ressaca, 5, e Bisteca, 3.
"Viajar era um transtorno. Os gatos ficavam deprimidos e até doentes", explica. "Agora, é uma tranquilidade. Quando volto, fico até um pouco incomodada, pois parece que eles nem sentiram a minha falta."
Para o "pet sitter" funcionar, é preciso uma etapa prévia de preparação. "Antes de o trabalho começar, realizamos uma primeira visita, para a cuidadora conhecer o dono e o animal", explica Andressa.
Nessa visita, todas as orientações são dadas à cuidadora, que também precisa ficar com uma cópia da chave da casa do dono do bichinho. Para cuidar de um animal por uma hora, o preço é, em média, R$ 45.
Os clientes se dizem bastante satisfeitos com os serviços prestados a seus animais. "Mesmo que a Cheid passe um único dia sozinha, prefiro que alguém esteja atento para qualquer emergência", diz Frigi, que gasta em média R$ 200 por mês em diárias de hotel para sua cachorra. "Não é possível mensurar o valor quando se trata da integridade da única companhia que tenho na minha casa."
Fonte: FOLHA
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