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quarta-feira, 7 de novembro de 2012

Fóssil inédito de dinossauro carnívoro é achado no interior de SP

Pedaço de osso tem mais de 70 milhões de anos.
É a 1ª evidência de que répteis carcarodontossaurídeos viveram no país.

Imagem mostra o fóssil encontrado por paleontólogos brasileiros no interior de São Paulo
(Foto: Reprodução/Cretaceous Research)

Pesquisadores brasileiros encontraram no interior de São Paulo um fóssil de mais de 70 milhões de anos que pertence a um dinossauro carnívoro da família dos carcarodontossaurídeos. A peça é considerada a primeira evidência de que répteis deste grupo viveram também no Brasil.

O fóssil, um pedaço de osso que compõe o crânio, foi achado por pesquisadores das universidades Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e Federal de Uberlândia (UFU) em 2009, mas a conclusão da análise foi divulgada recentemente no site da revista científica “Cretaceous Research” e que será publicado na edição impressa até o fim desse ano.

O fragmento foi encontrado na região da cidade de Alfredo Marcondes, localidade que fica próxima a Presidente Prudente e a 586 km de São Paulo.

A região está inserida na Bacia Bauru, uma área do território brasileiro com 370 mil km² que abrange parcialmente cinco estados (São Paulo, Paraná, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais e Goiás) e está repleta de sedimentos como fósseis de dinossauros, de mamíferos e outros répteis pré-históricos.

Simulação mostra onde pedaço de fóssil (em branco) se encaixaria no crânio de exemplar de dinossauro da família dos Carcarodontossauros (Foto: Reprodução/Cretaceous Research)

"TIRANOSSAURO LATINO"

Segundo Lílian Paglarelli Bergqvist, do Laboratório de Macrofósseis da UFRJ e uma das coordenadoras da pesquisa, o fóssil de dinossauro foi encontrado quase que por acidente, já que a investigação científica buscava inicialmente resquícios de mamíferos do período Cretáceo.

De acordo com Lílian, o pedaço de osso do crânio é a primeira evidência que comprova a existência desta família de dinossauros no Brasil. Anteriormente, apenas dentes foram encontrados em outra região do país, mas não forneciam informações suficientes para comprovar que esses répteis viveram por aqui.

Mesmo com a descoberta, ainda não é possível determinar qual é a espécie do dinossauro. “Não sabemos a quem atribuir esse fóssil, pode ser até que seja uma nova espécie da família dos carcarodontossaurídeos que era restrita ao Brasil (...). Mas precisamos de mais dados e fósseis que forneçam evidências mais concretas”, disse.

Os paleontólogos trabalham com a hipótese de que esse animal media entre 12 e 13 metros de altura, é carnívoro, e pode ser comparado ao porte do tiranossauro (Tyrannosaurus rex), dinossauro que está entre os maiores predadores que já pisaram no mundo.


Além do fóssil de carcarodontossaurídeo, também foram encontrados resquícios de dinossauros saurópodes (herbívoros), cujos resultados da investigação científica deverão ser publicados em breve. O trabalho paleontológico foi coordenado também pelo pesquisador Carlos Roberto Candeiro e pelo geólogo Felipe Simbras.

Fonte: G1

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