Quem quer adotar um cão ou gato deve estar consciente de que demandam tempo e atenção
Valeska Mateus
Para ter um animal de estimação em casa é preciso mais do que vontade ou o simples desejo de uma criança. É necessário ter condições de mantê-lo saudável, alimentá-lo e dar a atenção adequada. Adotar ou comprar um cachorro é incluir uma lista de responsabilidades na rotina da família. “Guarda responsável compreende proporcionar bem-estar a um animal, como espaço ideal, alimentação adequada, saúde e lazer”, define a adestradora e presidente da ONG Cãopaixão, Ana Cláudia Garcia Vicente.
Muitos pais resolvem fazer a vontade do filho e não avaliam se a rotina da família tem tempo para o cão, as despesas que o animal requer e se a raça que a criança deseja é adequada para o espaço da residência. “Poucas pessoas contemplam esses fatores antes de pegar um filhote”, comenta. Segundo ela, as vacinas dos primeiros meses, os banhos e tosas frequentes e até a estadia em hotéis, nos períodos de viagens, devem ser contabilizados nessa análise.
Ela que presta assessoria na escolha da raça e alerta para a guarda responsável, afirma que 50% das pessoas desistem de ter um cão porque não haviam contabilizado essas questões. “Muitos agem apenas pelo impulso do filho ou carência própria, comum entre as pessoas que vivem sozinhas”.
Vida longa
Um animal é para boa parte da vida, tem longevidade entre 10 e 15 anos e quando se presenteia uma criança com um bicho de estimação, os pais devem estar conscientes de que estão se responsabilizando pelos cuidados com o novo morador da casa. Ana Cláudia afirma que é um erro as mães entrarem no petshop e falarem para o filho que eles irão cuidar do filhote ou animal adulto. “É função das atendentes enfatizar que a criança pode até desenvolver o censo de responsabilidade com o cão, mas que de fato é um adulto que terá de assumir esse papel”, diz.
Mandamentos da posse responsável
1 – Antes de adquirir um animal, considere que seu tempo médio de vida é de 12 anos. Pergunte à família se todos estão de acordo, se há recursos necessários para mantê-lo e verifique quem cuidará dele nas férias ou em feriados prolongados.
2 – Adote animais de abrigos públicos e privados (vacinados e castrados), em vez de comprar por impulso.
3 – Informe-se sobre as características e necessidades da espécie escolhida – tamanho, peculiaridades, espaço físico.
4 – Mantenha o seu animal sempre dentro de casa, jamais solto na rua. Para os cães, passeios são fundamentais, mas apenas com coleira/guia e conduzido por quem possa contê-lo.
5 – Cuide da saúde física do animal. Forneça abrigo, alimento, vacinas e leve-o regularmente ao veterinário. Dê banho, escove e exercite-o regularmente.
6 – Zele pela saúde psicológica do animal. Dê atenção, carinho e ambiente adequado a ele.
7 – Eduque o animal, se necessário, por meio de adestramento, mas respeite suas características.
8 – Recolha e jogue os dejetos em local apropriado.
9 – Identifique o animal com plaqueta e registre-o no Centro de Controle de Zoonoses ou similar, informando-se sobre a legislação do local. Também é recomendável uma identificação permanente (microchip ou tatuagem).
10 – Evite as crias indesejadas de cães e gatos. Castre os machos e fêmeas. A castração é a única medida definitiva no controle da procriação e não tem contraindicações.
Fonte: Arca – Associação Humanitária de Proteção e Bem-Estar Animal
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